quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Abismo Tangente
No mundo
entre outros tantos
um velho sofá
a mesa o mármore
esperam
De costas
bruço
desajeitado nos braços
levanto, tusso
a cortina esconde o traço
Dia
passando as horas
quentes sempre
latejam o ano todo
Marrom e verde
Mastigo
maxilares rígidos
contra si mesmo
remoendo cáries
e o abismo tangente
Seca
a boca e o asfalto
em silêncio
à espera
quase sinto remorso
Sobre
o balanço dos freios
caminho desolado
para perdida tarde
sempre ao vento
Sombras
são ritmos
cedentes ao tempo
o perigo do passado
imaginação ausente
O velho sofá
a mesa o mármore
de qualquer forma
sempre tu
enigma aceso
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devolvendo o seu bukowski: "Que tempos difíceis eram aqueles: ter a vontade e a necessidade de viver, mas não a habilidade."
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